Marly, a Mama de Bali e eu num reencontro na Austrália Marly, a Mama de Bali e eu num reencontro na Austrália Uma viagem é muito mais do que a gente conhece ou faz pelo caminho e as melhores lembranças, pra mim, sao sempre cheias de histórias das pessoas que eu encontrei. São histórias de vida, vontades e sonhos que de repente se encontraram numa ilha perdida em alguns dos oceanos ou numa estrada de chão batido numa mini cidade. Numa das viagens que fiz sozinha, fui para Bali e durante os 10 dias que passei por lá, conheci uma das pessoas mais incríveis da minha vida. Eu tomava café da manhã sempre no mesmo horário, antes de sair para a praia ou andar pela região. E eis que um dia, chegam três surfistas baianos junto com uma senhora loira e sorridente, todos conversando e muito felizes. Com aquele sotaque gostoso, ela começa a falar "acabei de chegar com os meninos, fomos para G-Land e Mentawai (duas ilhas famosas pelas Surf Trips. Surfistas do mundo inteiro vao em buscas das melhores ondas na Indonesia como em Sumbawa, onde ficam as ondas de Lakey Peak, Periscopes, Nungas ou para Gradjagan, como G-Land é conhecida e Mentawai, outra opcao em que os surfistas ficam hospedados tanto num barco como em vilas na região)". E eu pensava "essa mulher é minha ídola".  Ela ia para todos os lugares com o filho Guilherme e os amigos, esbanjando simpatia e "arrumando mais filhos", como ela diz. Com ela não tem tempo ruim, topava todos os convites, do cafe da manha ao por do sol no templo, da praia a balada e era, ainda, a primeira a convidar para tomar uma cerveja antes de dormir. No último dia, com todos os amigos reunidos conversando num bar em Uluwatu, fiz uma proposta: já que a senhora está querendo melhorar o inglês, deveria ir morar um tempo lá em Sydney e ser minha vizinha. Algum tempo depois, ela me escreveu pra dizer que estava indo e ainda levou a irmã Marly, outra fofura em pessoa, para fazer um intercâmbio na Australia também. Segundo uma pesquisa realizada em junho pelo Salão de Turismo em São Paulo, com 500 pessoas com mais de 60 anos, mais da metade viaja até duas vezes por ano e a procura por intercâmbios tem sido cada vez maior por esta faixa etária. A mama foi pra ficar 3 meses e até o dia que fui embora de Sydney ela ja tinha renovado o visto mais duas vezes. Eu disse que agora ela teria que me visitar em Londres e ela respondeu bem rápido: "ah minha filha, mas agora nao sei quando. Tenho que visitar outro filho que conheci e mora nos Estados Unidos. Londres quem sabe no ano que vem." Já falei que sou fã dela né? Quero ser assim quando eu crescer.