Diário de Israel - o carimbo no "papelzinho"
Estive em Israel em 2005 e passar pela imigração foi ter história para contar. Na época, eles ainda carimbavam o passaporte e aquele tão sonhado carimbo - tão desejado para viajantes inveterados - era algo arriscado para quem viajava o mundo, afinal, poderia impedir a entrada nos países árabes. Na época, tinhamos que pedir para "carimbar em um papel separado" - claro que era um papel tipo um formulário, expedido pelo órgãos oficiais de Israel, mas, para isso, aumentava a espera - "mas porque alguém não quer ter o carimbo do nosso pais"? - e a quantidade de perguntas e revistas e etc logo na entrada não parava de acontecer. Entre todos questionamentos, mais chá de cadeira. Da primeira vez, foi um dia inteiro de espera, passagem por três detectores de metal, três entrevistas e varias checagens de bagagem. Em 2015, o processo já é bem diferente. Hoje, você é atendido normalmente no guichê de imigração como o de qualquer outro país, ganha um ticket com as informações sobre o seu passaporte, recebe um Boa Viagem (se tiver sorte, claro) e segue para pegar as bagagens podendo passar por uma segunda entrevista. Dessa vez foi fácil, rápido e indolor - para mim e não para o Pedro, meu amigo que viajou comigo e carrega no passaporte diversos carimbos de países como Omã, Iraque, Irã e Kuwait. Pedro tomou um chá de perguntas enquanto eu tomei um chá de cadeira novamente, esperando por ele. Olharam todas as informações do celular, pegaram números e contatos do telefone dele, anotaram emails e fizeram muitas, muitas perguntas. E mostro para vocês aqui os tickets que recebemos na entrada e na saída. Lembrando que a fama é de que é ainda mais difícil de sair do que entrar no país e recomenda-se chegar ao aeroporto com pelo menos três horas de antecedência. Passamos por varias revistas novamente para ir embora e solicitaram que as malas fossem despachadas sem cadeado. Ao chegar em Londres e pegar a mala, surpresa: um formulário da imigração dizendo que haviam aberto a mala para fiscalização. Algo que nem precisava ser dito, já que claramente estava tudo mexido, estojos e saquinhos abertos, produtos espalhados junto com sapatos, no meio das roupas e comidas reviradas. Mas acredito que tudo esteja tudo certo, acredito que nada tenha sido confiscado e pude me deliciar com os doces árabes logo na chegada, que apesar de estarem ainda dentro da caixa, estavam todos colados uns nos outros.