Pisei em Londres pela primeira vez em Londres em 2004, aos 24 anos. Meu plano de vir estudar inglês por seis meses e voltar ao Brasil logo após o curso terminar foi por água abaixo logo ao sair do aeroporto, depois de muitas noites mal dormidas, aquela ansiedade incontrolavel por saber que o sonho de morar fora iria se realizar e ao viajar com um árabe usando um turbante e segurando uma maleta com afinco ao meu lado, durante quase 11 horas de voo não muito tempo após os ataques às torres gêmeas de Nova Iorque. 
 

Trabalhei a maior parte do meu tempo como garçonete em hotéis e fiz uns bicos escrevendo para os jornais e revistas brasileiros de Londres, afinal precisava "voltar pra casa" com alguma experiência na minha área. Muitos anos, trabalhos e viagens depois, uma volta para o Brasil e morando em outros países, sempre em busca daquela tão famosa busca pela realização profissional voltei para Londres em 2013. 
 

Eu trabalhava como Community Manager para uma startup há quase dois anos em Londres e meu chefe, que há anos tentava vender sua primeira empresa, me veio com uma proposta que nao consegui recusar. Em 2015, quase dois anos depois de ter retornado à Inglaterra, meu próprio negócio caiu no meu colo. Eu compraria a empresa dele pagando o valor em cinco anos, tirando esse valor dos lucros mensais da empresa. Eu, que ganhava um salário que mal cobria as minhas contas em Londres - tendo que trabalhar nos fins de semana como garçonete em casamentos e grandes festas – para poder guarder dinheiro para viajar no meu tempo livre, não recusei. É aquela história, se tiver com medo, vai com medo mesmo. E assim, no dia primeiro de abril de 2015 comecei a gerenciar quase 20 casas, finanças, clientes com problemas de pagamento e manutenção de casas. Tudo isso tendo que pensar em um novo nome para a empresa, achar domínio disponível para o website, receber reclamações diárias de problemas já recorrentes, liderar equipe, aprender sobre as leis do país. Ainda, tentar ter uma vida normal com tantos problemas acontecendo ao mesmo tempo e que pudesse dormir novamente um sono tranquilo, que durante algum tempo não duravam mais que quatro horas. Abrir um negócio não é facil, mas começar o seu negócio com uma empresa já existente, sem saber as leis, tendo que gerenciar uma equipe que sabe muito mais do que você é ainda mais complicado. E em outro país, com leis que você não conhece. Conto nos dedos os dias que faltam para esses cinco anos terminarem. Em que plim, terei 100% de ações. O tempo voou, como acontece com qualquer pessoa na idade adulta e de repente me vejo com um negócio sólido, bem estruturado, com bons contatos e pessoas com quem contar. Todos os dias, sem exceção, tem sido de aprendizado e a forma de lidar com os problemas vai mudando, vai ficando mais fácil, você sabe como lidar com os problemas e usa até uma certa varinha mágica para operar milagres, que volta e meia acontecem. Começaria tudo novamente e continuo incentivando quem quer que seja a fazer o mesmo. Tenha medo, corra riscos e tente. Tenha certeza que você vai aprender, mas esteja disposto a isto. Dia 19 de novembro é o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para valorizar e incentivar as mulheres empreendedoras. Hoje no Brasil mais da metade de quem empreende é mulher. No Reino Unido uma em cada 3 pessoas que empreendem é mulher, segundo o relatório *The Rose Review of Female Entrepreneuship. Se você quer tirar duvidas, saber mais ou quer dicas sobre como começar o seu negócio em Londres, entre em contato! 

*The Rose Review of Female Entrepreneurship - https://assets.publishing.service.gov.uk › file › RoseReview_Digital_FINAL